A inteligência do homem é algo fantástico. O cérebro do ser humano o mais sofisticado e engenhoso computador. Por essa razão, o homem avançou do período das cavernas até a era eletrônica. Chegamos à modernidade com realizações e inventos que nossos antepassados jamais imaginaram fossem possíveis.
A capacidade humana, sem dúvida, reflete a marca registrada de seu Criador, pois fomos criados à Sua imagem e semelhança. Mas “perfeição só em Deus!” Nenhum ser humano é hábil para todos os feitos. Somos criaturas limitadas e os dons diversificam. Cada homem ou mulher tem sua vocação, seu potencial que, aos poucos, vai descobrindo ao longo dos anos. É um dom que nos torna pessoas felizes, quando conseguimos colocá-lo a serviço da família, no exercício da profissão abraçada e na sociedade em que vivemos. Porém, é importante termos a consciência dos próprios limites e a certeza de que não sabemos, nem podemos fazer ou opinar sobre o que não temos conhecimento, nem preparo adequado. Vale aqui o sábio ditado popular: “Cada macaco no seu galho”.
Numa orquestra cada músico toca o instrumento que domina e conhece, resultando na harmonia de sons capazes de despertar emoções e a beleza que extasia o coração dos ouvintes. O objetivo é alcançado sempre que cada um sabe como, onde e quando poderá chegar. O resultado será sempre bom e prazeroso pelo sabor da meta alcançada.
A adolescência é a fase da vida em que o ser humano em desenvolvimento tem muitas dúvidas. O jovem tenta descobrir a sua vocação e busca os caminhos para realizar os seus ideais. Não é fácil! As dificuldades são inúmeras. Muitas vezes hesita e vacila; daí, evidentemente, o papel dos pais e mestres é sempre fundamental na ajuda e preparação para o encontro da verdadeira vocação. Porém, a decisão final e definitiva está em cada um de nós, como posso testemunhar através de fatos da minha própria experiência pessoal.
Desde os tempos do ensino médio, no “Colégio São José” de Pouso Alegre, gostava de redação, poesias, oratória e teatro. Nas comemorações observava, com atenção, os discursos, principalmente os do mestre Alberto Péres. Quando havia júris no fórum local, ali comparecia para apreciar a eloquência do Promotor Júlio Aprilino e as grandes defesas do criminalista pousoalegrense, Dr. Rômulo Coelho, notável e brilhante tribuno atuante no Tribunal Popular.
Evidentemente, a minha opção foi pela advocacia. Porém, após colar grau em Direito pela Universidade de Juiz de Fora e advogar por dois anos, tive a oferta de trabalho para ser gerente de uma das filiais da Empresa de Transportes Atlas, a convite do saudoso Sr. Lauro Megale, que me confiara a defesa de importante causa em que obtive significativo êxito. Cheguei a fazer um estágio naquela empresa, mas descobri que aquela não era a minha vocação, apesar do bom salário e futuro promissor. Esta oportunidade, todavia, ensejou-me uma opção pessoal e definitiva pela carreira jurídica e passei a me preparar, dedicando 8 horas de estudos diários para o ingresso no Ministério Público. Após dois anos, na terceira tentativa acabei sendo aprovado, em 5º lugar, em Minas. Nomeado, assumi a Promotoria de Justiça de Bueno Brandão, em dezembro de 1966, ali permanecendo até fevereiro de 1969, quando, por aprovação em outro concurso, ingressei no Ministério Público de São Paulo e lá permaneci até minha aposentadoria.
Graças a Deus, consegui realizar o meu ideal profissional, superando os obstáculos que foram aparecendo no meu caminho. É a experiência que repassei para meus filhos, procuro transmitir para meus netos e no meu trabalho social voluntário.
Hoje estou registrando em meu “blog” estas experiências vividas, para os que me honram com sua visita. Tenho convicção de que cada ser humano recebe de Deus o seu próprio talento, que deve frutificar, como na parábola. Cada um conhece seus limites e falhas. Acredito ter realizado a minha vocação e continuo batalhando para as causas que julgo boas e pelas quais vale a pena lutar e servir.
Borda da Mata, 12 de fevereiro de 2012.
Gustavo Dantas de Melo
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