Em 12 de maio de 2.002, quando ocupava o cargo de
diretor chefe do jornal “A Cidade”, tive a feliz oportunidade de prestar
singela homenagem às mães de minha cidade. Em especial, dediquei alguns versos àquela
que me deu a vida e todo o seu amor, enquanto esteve neste mundo. Trata-se de
Maria Dantas de Melo, falecida em 06 de setembro de 1989, aos 79 anos.
Peço
licença aos prezados amigos leitores para publicar essa matéria que, por razões
óbvias, a conservo bem guardada pelo valor sentimental inestimável que me
representa.
“Feliz
aquele que pode homenagear sua mãe”
“Não
pretendo deixar passar o mês de maio em branco. É tempo de homenagens às nossas
queridas mães. Não poderia jamais me esquecer da minha. Essa mulher especial e
singular que me agasalhou em seu ventre e me possibilitou o dom da vida. Que me
dispensou carinho, proteção, orientou, indicou caminhos e a quem devo, em
grande parte, tudo aquilo que sou. Como, então, esquecê-la?
Viver
é tão bom e maravilhoso! É poder amar e contemplar o sorriso de uma criança, o
cair da tarde, o marulhar do mar; ver as estrelas do céu, a beleza das flores,
das cachoeiras, o verde da natureza; ouvir os acordes da música predileta, o
canto melodioso dos pássaros, a voz da (do) intérprete preferida (o); saborear
o ritmo e a rima da poesia que fascina; ter amigos, ser esposo, pai e ter
filhos; enfim, tudo o que nos desperta emoção e nos faz vivenciar instantes de
êxtase em que esquecemos incompreensões, mágoas e queixas e nos vemos possuídos
de sentimentos de alegria, de querer bem, experimentando momentos de paz, amor
e felicidade.
Outro
dia, alguém me segredou o comentário de uma pessoa que me teria feito velada
crítica pelo fato de tecer elogios a meus saudosos pais, não só através do meu
livro “Reflexões” (2001), mas também
nos meus escritos do jornal. Resumindo, entendia que eu era “meloso” demais
para o seu gosto.
Descendente
dos “Melos”, o que ele (ela) queria que eu fosse?
- O meu próprio nome
justifica o adjetivo que me foi atribuído. Este é o meu modo de ser e de
sentir. Só posso dizer-lhe que me orgulho de poder exaltar a figura de meus
pais; aliás, entendo ser feliz qualquer filho (a) que deles guarda as melhores
lembranças e sentimentos de gratidão. Feliz também o filho ou filha que se
sente capaz de escrever, exaltar e registrar para a posteridade os feitos de
seus genitores. Quantos talvez gostariam de fazê-lo, mas não o podem por razões
que prefiro não abordar.
Daí porque a melhor atitude,
sem dúvida, é o gesto de perdão, embora não saiba, nem quis saber o nome do
autor da crítica. Tenha o próprio a certeza de que não guardo ressentimento
pela sua opinião que respeito. Estou convencido, entretanto, de que quem assim
se manifesta, seja quem for, não sabe do que está falando. O seu juízo crítico
está afetado por algum sentimento inferior que o impede de melhor avaliação.
Após essas considerações,
peço vênia aos leitores desta coluna para trazer a público mais uma singela
homenagem a Maria Dantas de Melo, minha saudosa mãe falecida há doze anos.
Neste momento em que o faço,
gostaria também de abraçar a todas as mães bordamatenses e dizer-lhes que devem
se orgulhar e agradecer, todos os dias, pela importância e grandeza da missão
que Deus lhes confiou.
PARABÉNS PELO DIA DAS MÃES!
“AGRADECENDO MINHA MÃE"
Quando maio se aproxima, é tempo de
emoção e saudade,
Ante a doce lembrança daquela criatura
tão querida,
Que a morte, cruel e implacável, levou
pra eternidade...
Luz que o nosso lar iluminou durante
tão preciosa vida!
O
“Dia das Mães”, para mim, já não pode ter mais o mesmo brilho,
Porque,
infelizmente, hoje não posso abraçá-la como fazia outrora,
Nem,
com a costumeira alegria, vir beijá-la novamente como filho;
Mas,
sempre grato à MÃE tão bondosa, dir-lhe-ei enternecido, agora:
Obrigado, querida, por tudo o que, com tanto amor,
nos fez!
Obrigado pelos dias tão felizes dos quais jamais
esqueceremos!
Sempre disposta a nos receber, ainda que fosse por
todo um mês,
Nas férias divertidas em que, ao seu lado, em nossa
casa vivemos...
MÃE, você soube fazer da sua
vida uma doação como ninguém!
E, porque assim agiu, não foi em vão o seu trabalho de cada momento.
Nosso bom Deus, que a tudo vê, com certeza, a observou também,
Reconhecendo ter cumprido, com fidelidade, seu maior mandamento.
E, porque mereceu,
certamente a recebeu como sua filha querida,
Na morada onde está feliz para sempre,
na posse de tudo o que desejou.
No céu que você, mãe, imaginou
conquistar no final da sua vida,
Vivenciando a fé e a esperança de
encontrar a paz que Jesus mostrou.
Embora
mais de doze anos se passaram desde sua morte sentida,
Saiba,
mamãe, que jamais se apagou em nós sua doce lembrança,
Pois
jamais poderemos esquecer da mulher que nos deu a vida,
Daquela
que tudo fez por nós desde os bons tempos de criança...
Por isso, neste “Dia das Mães”,
aos céus enviamos este recado:
Por mais que o tempo insaciável escoe
seus dias sem parar,
Você jamais será esquecida e, para
sempre, lembrado o seu legado:
Ser MÃE é conjugar, em todos os tempos e modos, o
verbo amar!”
Gustavo Dantas de Melo