No mundo de hoje, ao lado da
violência e intimamente relacionada com esta, uma questão complexa preocupa
autoridades, educadores e pais: o crescimento assustador do tráfico de
drogas. Trata-se
de um grave
problema que afeta aos viciados e dependentes de entorpecentes. Arregimentam-se
forças vivas para combater o mal que alastra como praga que infesta os campos.
É preciso fazer alguma coisa para construir o futuro das crianças e
adolescentes; um programa, a longo e médio prazo, que traga resultados efetivos
na batalha por um mundo melhor.
Nesse
objetivo, todos precisam conhecer o “PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA
ÀS DROGAS E À VIOLÊNCIA” (PROERD), que foi implantado
pela nossa querida POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, nas escolas do
Estado e ministrado por policiais de elite, altamente capacitados para a nobre
missão. “NOSSAS CRIANÇAS LONGE
DAS DROGAS” é o lema deste extraordinário programa, em plena execução. Em nossa
cidade, iniciou-se na Escola Estadual Benedita Braga Cobra e tivemos
oportunidade de presenciar a cerimônia de apresentação e abertura deste
trabalho magnífico. Com certeza, o programa merece nosso aplauso e deve ser
incentivado pelas comunidades mineiras e por todo o Brasil.
Após esse encontro, pusemo-nos
a meditar sobre as causas diretas do problema das drogas que infelicita tantas
famílias e vidas humanas. Para os doutos no tema, não trazemos novidades, mas é
oportuno recordá-las. “NON NOVA SED NOVE”, ou seja, não tratamos de coisas novas,
mas as apresentamos de uma nova maneira”. Enumeremos algumas delas
1. A ganância e a cupidez
de pessoas criminosas cujo “deus” é o cifrão. Insensíveis, são
indiferentes às conseqüências das drogas. Pouco lhes importa se vão causar
dependência, desespero, loucura, desatinos, suicídios, assaltos (para sustentar
o vício), prisões, internações em casas de recuperação e mortes. Esses párias e
escroques da sociedade materialista e pagã não titubeiam em destruir vidas,
contanto que obtenham lucros fáceis.
2. A omissão dos pais que, absorvidos com suas
preocupações, se esquecem do dever primordial de dialogarem com seus filhos,
orientando-os sobre o perigo dos tóxicos. Depois, vão lamentar e chorar, quando
se defrontarem com o desespero dos filhos, iniciando a “via crucis”.
Buscarão soluções e paliativos talvez, infelizmente, tarde demais.
3. A indiferença de alguns professores que, nas escolas,
receosos de críticas, deixam de aproveitar a oportunidade de abordar o tema com
seus alunos (ou pelo menos convocar quem possa fazê-lo). Assim, jogam fora a
chance preciosa de utilizar a cátedra para o cumprimento desse dever, suprindo
muitas vezes a omissão dos pais.
4. A covardia de todo
cidadão que se omite e deixa de discar “190”, ou levar a conhecimento dos pais,
quando percebe alguém traficando ou consumindo droga. “O PROBLEMA NÃO É
MEU”, pensam ou argumentam para aliviar a consciência e tentar
justificar sua omissão.
Desde 07/03/1990, co-fundador
e diretor, vimos cumprindo com o dever de orientar os adolescentes da “Guarda
Mirim Irmã Martha”, quanto ao perigo das drogas, no curso de formação e
reuniões. Com esse mesmo objetivo, tivemos a oportunidade de fazer palestras na
EELAM, Colégio Nossa Senhora do Carmo e empresa SADOKIM, quando na presidência do
Lions Clube de Borda da Mata.
Em 2003, a OAB/MG Seccional de Belo
Horizonte, em seu setor da OAB/MULHER, comandado pela advogada Neuza de
Abreu Machado, lançou uma idéia genial e inédita no Brasil. Trata-se do “Júri
simulado em que a ré é a droga”, uma técnica de comunicação e impacto
que produz resultados excelentes. Em outubro daquele ano, então presidente da
Subseção da OAB/MG de Borda da Mata, sob a direção do Dr. José Edair de
Oliveira, na época Juiz de Direito da Comarca, promovemos 03 (três) júris
simulados, em que uma professora, devidamente caracterizada, assumiu o papel da
DROGA-RÉ. Fui o promotor, enquanto
os então acadêmicos de Direito, Sumara Marçal (hoje Promotora de Justiça/ MG) e
Túlio (agora advogado) atuaram na defesa. O Júri foi composto de estudantes das
respectivas escolas: Escola Municipal Diva Ribeiro dos Santos, Colégio Nossa
Senhora do Carmo e Escola Estadual Lauro Afonso Megale.
Assim, com o apoio desses voluntários,
acreditamos ter colaborado para a formação dos jovens, conscientizando-os das
conseqüências fatais do uso das drogas. Sinalizamos o perigo que ameaça o
futuro e a vida dos adolescentes. Não sei se conseguimos colher os frutos
desejados. Mas, fizemos a nossa parte, cumprindo com o nosso dever. Como ensina rico e salutar
pensamento de autor desconhecido:
“É PREFERÍVEL
MORRER, PEREGRINO, EM BUSCA DO IDEAL, DO
QUE NEM SEQUER SAIR-LHE AO ENCONTRO”.
Borda da Mata, 12 de abril
de 2014.
Gustavo Dantas de Melo