Introdução

Seja bem-vindo a este “blog”!

O meu objetivo é o de colaborar para a construção de um mundo melhor. Com este intento, pretendo que este espaço seja recheado de pensamentos, poemas, poesias, quadras e textos de minha autoria e de autores diversos.

Espero que a leitura das matérias aqui publicadas lhe tragam descontração e prazer.

Meus dados biográficos:

Gustavo Dantas de Melo, natural de Borda da Mata/MG. Sou filho dos saudosos Agenor de Melo e Maria Dantas de Melo. Casei-me com Maria Jóia de Melo, filha do comerciante Luiz Jóia Orlandi e Maria Delfino Jóia, donos do antigo “Bar do Ponto”, que serviu como o primeiro terminal rodoviário de Borda da Mata. São nossos filhos: Regina Maria (namorado Rafael), Luiz Gustavo (casado com Adriana), Rosana Maria (casada com Darnei) e Renata. Netos, por ordem de chegada: Gabriel, Mariana, Gustavo, Ana Júlia, João Vítor e Ana Luíza.

Advogado, professor secundário e universitário. Promotor de Justiça dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo, tendo sido titular das Comarcas de Bueno Brandão/MG, São Luiz do Paraitinga, Cruzeiro, Mogi das Cruzes e São Paulo. Encerrei a carreira ministerial como Procurador de Justiça de São Paulo/SP. Atualmente, exerço a advocacia em Borda da Mata, minha cidade natal e na região do Sul de Minas Gerais.

Autor da obra “Reflexões”, editada pela APMP, em 2001, uma coletânea selecionada de artigos publicados durante o período em que fui diretor chefe do jornal “A Cidade” de Borda da Mata. Em 2009, trouxe à lume minhas “Farpas do Coração”, um livro de memórias, em que registro fatos vivenciados em quase meio século de vida familiar, social e profissional. Ao mesmo tempo, revelo personagens e acontecimentos pitorescos da querida cidade natal, transmitindo, sobretudo, minha experiência ministerial e vivência na cátedra do magistério universitário, ao abordar temas políticos e jurídicos de manifesto interesse nacional.



quinta-feira, 11 de abril de 2019

PÉROLA PARA REFLEXÃO: "POR QUE OS CÃES VIVEM MENOS QUE AS PESSOAS"


           Nos meus guardados encontrei uma crônica genial. Desconheço o seu autor. Com certeza, os leitores vão apreciá-la muitíssimo. As coisas e pessoas simples são sempre encantadoras. Confiram:
      
       "Aqui está a resposta (por uma criança de 6 anos). Como médico veterinário, fui chamado para examinar um cão de 13 anos de idade, chamado Batuta.

          A família esperava por um milagre. Examinei Batuta e descobri que ele estava morrendo de câncer e que eu não poderia fazer nada. Batuta foi cercado pela família. O menino, Pedro, parecia tão calmo, acariciando o cão pela última vez... E eu me perguntava se ele entendia o que estava acontecendo. Em poucos minutos, Batuta caiu pacificamente dormindo para nunca mais acordar.

    O garotinho parecia aceitar sem dificuldades. Ouvi a mãe se perguntando por que a vida dos cães é mais curta do que a dos seres humanos.  Pedro disse '' Eu sei por quê.'' A explicação do menino mudou minha maneira de ver a vida. Ele disse: - ''A gente vem ao mundo para aprender a viver uma boa vida, como amar aos outros o tempo todo e ser boa pessoa, não é mesmo? Como os cães já nascem sabendo fazer tudo isso, eles não precisam viver por tanto tempo como nós.''

            Moral da história é:


Se um cão fosse seu Professor, você aprenderia coisas como:


* Quando seus entes queridos chegarem em casa, sempre corra para cumprimentá-los.


* Nunca deixe passar uma oportunidade de ir passear.


* Permita que a experiência do ar fresco e do vento no seu rosto seja de puro êxtase.


* Tire cochilos.


* Alongue-se antes de se levantar.


* Corra, salte e brinque diariamente.


* Melhore a sua atenção e deixe as pessoas tocarem em você.


* Evite "morder" quando apenas um "rosnado" seria suficiente.


* Em um clima muito quente, beba muita água e deite-se na sombra de uma árvore frondosa.


* Quando você estiver feliz, dance movendo todo o seu corpo.


* Delicie-se com a simples alegria de uma longa caminhada.


* Seja fiel.


* Nunca pretenda ser algo que não é.


* Se o que você quer, está "enterrado"... cave até encontrar.


E nunca se esqueça:

"Quando alguém tiver num mau dia, fique em silêncio, sente-se próximo e suavemente faça-o sentir que você está ali."

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

ENCRUZILHADA DO BEM E DO MAL

Permaneci ausente até hoje da campanha política. Bem sei que o tema é polêmico. As opiniões se dividem e devemos respeitar o direito de livre manifestação. Contudo, não estou feliz com minha omissão. 
Há três décadas, estou empenhado em trabalhos comunitários, como voluntário. Por isso, sinto-me no dever de opinar pelo que julgo melhor para meu povo e para meu país. 
A política é a forma de lutar pelo BEM COMUM. Os partidos políticos são caminhos ideológicos que deveriam buscar este objetivo. Todavia, os escândalos da corrupção, notórios no Brasil, evidenciam que a maioria dos políticos é egoísta. Cuidam de si próprios. Engordam suas contas e se esquecem do povo. Não se preocupam com melhorias para saúde, educação e segurança. Quadrilhas, como as do mensalão e petrolão, foram formadas para lotear os cargos e saquear os recursos públicos. Seu chefe mor está condenado e preso, enquanto outros respondem a processos ou são ainda investigados.
A violência e assaltos assustam a população. A impunidade ainda continua, apesar da firmeza do juiz Sérgio Moro e dos progressos trazidos pela LAVA JATO. O crime continua incentivado pela moleza das punições e incoerências de decisões da mais alta Corte da Justiça.
O candidato marionete prega DEMOCRACIA, mas seu discurso soa falso, posto que ardoroso adepto do COMUNISMO e aliado das ditaduras da Venezuela e Cuba, que oprimem seus povos sofridos.
Tudo isso levou o povo brasileiro a sonhar com mudanças. Daí o resultado contundente das urnas de 7 de outubro. A volta do PT ao poder soa como absurdamente contrária à vontade da nação. 
"Data venia", o povo não admite Presidente da República que governe a mando de presidiário corrupto. Sua vice, herege - Deus nos proteja - sem a menor condição para o cargo que assumiria, em eventuais  viagens e ausências presidenciais. Seria a desmoralização completa, com concessão de indulto a Lula, extinção da LAVA JATO, descriminalização das drogas, aborto, impunidade total daqueles que saquearam a PETROBRÁS e lotearam as estatais, com sangria dos recursos públicos, dentre outros objetivos. Enfim, o caos total da NAÇÃO com a substituição da nossa amada bandeira nacional pela vermelha, empunhada pelo MST e petistas de plantão.
Assim, caros amigos, nunca foi tão fácil escolher o melhor. Sem dúvida, um político honesto, sério, ficha limpa, patriota, deputado federal, capitão de nosso Exército, cujo programa de governo o recomenda. 
VAMOS nos unir para afastar o perigo que nos ameaça e lutar pela preservação do BEM COMUM DO 
BRASIL!

domingo, 13 de maio de 2018

MÃE: FONTE DE AMOR


O segundo domingo do calendário de maio é Dia consagrado às Mães. Homenagem muito justa a esta mulher bendita e abençoada, personagem tão importante em nossa história pessoal.
São incontáveis as recordações desta presença de Amor verdadeiro, qual anjo a velar pela saúde dos filhos, com seus cuidados e preocupações de garantir sempre o melhor para suas vidas. Só Deus pode recompensar sua doação total em favor daqueles que amou como ninguém.
Esta foi minha mãe, ao lado de meu saudoso pai, valentes na  sublime missão de criar sete filhos e quatro netos. Uma mulher exemplar, centro de nosso lar, que soube bem cumprir seus deveres de filha, esposa e mãe.
Felizes os versos do meu saudoso irmão primogênito, Narcy de Mello, na homenagem que prestou à nossa mãe, por coincidência, em maio de 1989, ano em que esta veio a falecer.

“... Mas ser mãe foi o teu brilho,
Mais sublime e dileto,
Foste mãe não só de filho,
Foste mãe também de neto...”

      É pena que um dia, mãe querida, tenhas partido deste mundo, tornando-se inevitável a dor da tua ausência! Nossa casa ficou vazia e triste sem o calor de tua doce presença.
Ainda bem que me consola a certeza de um dia te reencontrar na Casa do Pai, feliz e na plenitude da alegria! Esse reencontro será o epílogo que desejo, para que um dia possa redescobrir a beleza do  Amor e o verdadeiro sentido da vida.
      O tempo passa velozmente. Os anos já branquearam meus cabelos. Mas jamais me esqueço do tempo feliz de minha infância e do teu carinho maternal!
      Mãe querida, embora decorridos 29 anos, tua lembrança permanece sempre em meu coração. Continuas viva dentro de mim e me trazes a força de que necessito para continuar lutando pelo bem da família que consegui formar e pela construção de um mundo melhor.
      Obrigado, Mãe!
Ser teu filho é meu maior orgulho! E o mais importante: saber que o teu Amor está garantido para sempre!
      Um beijo saudoso de teu filho caçula,
Gustavo.

terça-feira, 24 de abril de 2018

CONSELHOS DO PAPA FRANCISCO


"DICAS PARA UMA VIDA MAIS FELIZ" 
Alegro-me de trazer para os amigos belíssima receita de paz e felicidade de autoria do nosso santo e amado Papa Francisco. Deliciem-se com a matéria. 
"1.  Viva e deixe viver
Há uma velha expressão italiana que diz: "Viva e deixe viver". Isso significa não guardar rancor e apenas seguir em frente. A vida é muito curta para guardar qualquer animosidade em relação aos outros. Tente não julgar ninguém e simplesmente aceitar as pessoas pelo que elas são.
2) Dê de si mesmo aos outros
Seja mais generoso com os outros e menos afastado. Se alguém pede sua ajuda, considere-se abençoado por ter sido a primeira pessoa em quem eles pensaram. Tente ouvir mais e falar um pouco menos sobre si mesmo.
                 3) Tenha calma
         Não tire conclusões ou tome decisões precipitadas antes de pensar por alguns momentos. Tente evitar "ganhar" argumentos, porque você acabará perdendo muito mais em troca. Viva um dia de cada vez e não apresse a vida antes que ela aconteça.  
                 4) A importância do lazer
         Passe mais tempo brincando com seus filhos e menos tempo na frente dos aparelhos de televisão e computador. O Papa afirmou que "o consumismo nos trouxe ansiedade". A vida fora de casa pode fazer maravilhas por você e seus entes queridos. Planeje viagens emocionantes para visitar museus, locais históricos, jardins botânicos e até mesmo eventos esportivos.
 5) Domingo deve ser feriado 
         A maioria de nós trabalha longas horas extenuantes durante a semana, muitas vezes deixando muito pouco tempo para passar com nossas famílias. O Papa considera que os trabalhadores devem ter o direito de folga aos domingos, a fim de passar mais tempo com suas famílias.
                  6) Encontre maneiras inovadoras para criar postos de trabalho dignos para os jovens
                     O traço mais importante que qualquer jovem pode ter é a ambição. Adolescentes passam por momentos muito difíceis e confusos em suas vidas. Eles podem ser conduzidos a uma direção positiva tanto quanto rapidamente podem trilhar o caminho errado. É crucial criar oportunidades de emprego para manter os adolescentes ocupados positivamente e satisfeitos.
               7) Respeite e cuide da natureza
       A poluição não só é má para o ambiente, mas também para nossas almas. Há muitas praias e florestas que estão cobertas de lixo. O excesso de resíduos pode prejudicar e matar animais inocentes. Sempre as limpe quando for embora, e jogue fora o lixo de outras pessoas também. Você estará fazendo à Mãe Natureza um grande favor!
Também pode lhe interessar:
               8) Deixe de ser negativo
        As pessoas que insultam os outros estão muitas vezes compensando sua falta de auto-estima. Em vez de colocar os outros para baixo, tente edificá-los e incentivá-los. A motivação é a força motriz da produtividade e do sucesso. Tente olhar para o lado positivo das coisas e mantenha uma visão positiva da vida. Sorria mais vezes também.
                 9) Não ao proselitismo: respeite as crenças dos outros
         A pior coisa que você pode fazer é forçar a sua religião ou crenças sobre os outros. Ninguém gosta de ser intimidado a acreditar em algo, independentemente do quanto você acredita nisso. Sempre respeite as crenças dos outros e eles irão respeitá-lo muito em troca. O Papa continuou dizendo que "Nós podemos inspirar os outros através do testemunho, para crescermos junto com a comunicação. Mas o pior de tudo é o proselitismo religioso, que paralisa".
                10) Trabalhe pela paz
        Embora a paz mundial possa ser um pouco demais para sonhar, você ainda pode se esforçar para manter uma atitude pacífica com os outros e consigo mesmo. Tente evitar discussões desnecessárias ou qualquer outra coisa que possa causar tensão no grupo familiar. Lembre-se, a chave para uma vida pacífica está em casa."

domingo, 15 de abril de 2018

LIBERDADE DE EXPRESSÃO



O tema que, hoje, trago aos amigos que me honram com seu acesso ao "blogger", é sempre atualíssimo. É um grande prazer presenteá-los com genial matéria de autoria de eminente colega aposentado do Ministério Público de São Paulo. Espero seja de imensa utilidade e de agradável leitura pela riqueza de seu conteúdo. Confiram:
"A presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, durante a palestra em que abordou a liberdade de expressão na comunicação tecnológica, ampliou sua exposição fazendo-a atingir a liberdade de imprensa e defendeu que “não há democracia sem imprensa livre, não há democracia sem liberdade. Ninguém é livre sem ter pleno acesso às informações e são os jornalistas, e a imprensa, a nossa garantia de que teremos sempre as informações prestadas, o direito garantido”.
1. A liberdade de expressão, garantia inerente à democracia, consagra de forma inequívoca o direito do cidadão expressar seu pensamento, assim como da imprensa cumprir com sua missão de informar, ambos com suas respectivas responsabilidades. Rui Barbosa, além dos predicados políticos e jurídicos que ornamentaram sua brilhante carreira, também abraçou o jornalismo e em determinada conferência realizada na Bahia, ressaltou:
A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alveja, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça.”
2 .A Lei de Imprensa do Brasil, editada no período de exceção institucional, no julgamento da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 130, que tramitou pelo Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos foi considerada incompatível com a Constituição Federal de 1988, deixando entender, no entanto, que o direito de resposta ou de retificação nela contido, merecia ser preservado para aquele que se sentir ofendido. Tanto é que, posteriormente, entrou em vigência a Lei nº 13.188/15, que regulamentou o direito de resposta ou retificação do ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social. É interessante observar que o direito à liberdade de expressão, protegido constitucionalmente pelo artigo 5º da Carta Magna brasileira, merece especial atenção quando analisado perante o direito americano. (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/10/deixa-o-povo-falar-diz-carmen-lucia-em-falar sobre imprensa html. 2. Barbosa, Rui. A imprensa e o dever da verdade. São Paulo: Hunter Books, 2016, p. 31
É cediço que a democracia, para atingir sua plenitude estabelecida no Estado Democrático de Direito, deve abrir seus canais de comunicação para receber inúmeras vozes, divergentes ou não, mas que possam expressar a vontade popular com os ideais voltados para a concretização de uma sociedade fincada em sólidas bases, suficientes para estabelecer o equilíbrio e a harmonia entre os cidadãos e o poder legalmente constituído.
 O filósofo norte-americano Ronald Dworkin ensina, com maestria, a diferença entre liberdades negativas e positivas. As primeiras consistem no homem não ser impedido pelos outros do que deseja fazer como, por exemplo, a liberdade de falar sem censura, de dirigir em alta velocidade (exemplos dados pelo próprio autor). Já as liberdades positivas se caracterizam por ser o poder do homem em participar das decisões públicas e controlá-las. Esta, de acordo com Dworkin, seria a democracia ideal, pois todos os cidadãos governariam a si mesmos. Quando ocorre a confusão entre as liberdades positivas e negativas ou então entre a liberdade com outros valores, ensina Dworkin, que é possível então, através dessas limitações, entender como funcionam os regimes autoritários. O fato é que este filósofo corrobora e dissemina um dos ideais mais valorizados pelos Estados Unidos: a liberdade.
 Pode-se dizer, que este país é um dos mais liberais do mundo e defende com todas as forças a liberdade de expressão do homem. A Primeira Emenda à Constituição dos EUA, que proíbe o Congresso de elaborar qualquer lei que restrinja a liberdade de expressão ou da imprensa, tornou-se mundialmente conhecida exatamente por isso. Em um caso ocorrido em Indianópolis (Estado de Indiana, EUA), um grupo feminista defendia a criação de uma lei que atenuasse a liberdade de expressão, alegando que essa falta de limite explorava a pornografia contra a mulher, desvalorizando-a como um ser social, gerando aumento da violência física e psicológica contra ela. Mais do que depressa, as editoras e os cidadãos entraram com ação de inconstitucionalidade, e a Suprema Corte dos EUA, invocando a Primeira Emenda, decidiu que as alegações trazidas a juízo não justificavam a censura, mostrando claramente que lá nos EUA a liberdade de expressão é quase que absoluta.
Desde a metade do século XX, confirma Lewis, ganhador do Prêmio Pulitzer, a idéia da Primeira Emenda adquiriu uma influência poderosa na imaginação americana. Até os conservadores, que antes se encontravam no lado repressivo das controvérsias sobre a expressão, agora se juntam à exaltação da liberdade de expressão. As pessoas invocam “a Primeira Emenda” como se aquelas palavras resolvessem seja qual for a questão debatida.
 3. Os americanos pensam da seguinte maneira: se as expressões heróicas podem ser manifestadas livremente (e quanto mais, melhor), deve-se dar o mesmo tratamento para as de mau gosto também, afinal, de acordo com eles mesmos, vivem em uma democracia moderna que coexiste perfeitamente com a liberdade de expressão.
 É claro que não se pretende comparar o modelo brasileiro com o americano. Apesar das conquistas já efetivadas e muitas outras para serem alcançadas, a afirmação da presidente do Supremo Tribunal Federal ecoa com a ressonância necessária para retratar o anseio e o consenso da nação.
(Eudes Quintino de Oliveira Júnior, promotor de justiça aposentado/SP, mestre em direito público, pós-doutorado em ciências da saúde, advogado, reitor da Unorp; Gabriela Bellentani de Oliveira Andrade, advogada, pós-graduada em Direito do Trabalho e mestranda em Direito pela Instituição Toledo de Ensino – ITE – Bauru/SP)."

quarta-feira, 28 de março de 2018

JUSTA INDIGNAÇÃO DOS BRASILEIROS

Nos meus guardados encontrei uma crônica espetacular. Diante da esdrúxula e ridícula decisão do STF que deferiu liminar de HC para procrastinar prisão perfeitamente legal de Lula, aplica-se como luva ao momento presente o brado de indignação de um grande comunicador, que peço vênia para publicá-la:
"AI DE TI, BRASIL!
"Ai de ti, Brasil, eu te mandei o sinal, e não recebeste. Eu te avisei e me ignoraste, displicente e conivente com teus malfeitos e erros. Ai de ti, eu te analisei com fervor romântico durante os últimos 20 anos, e riste de mim. Ai de ti, Brasil! Eu já vejo os sinais de tua perdição nos albores de uma tragédia anunciada para o presente do século XXI, que não terá mais futuro. Ai de ti, Brasil – já vejo também as sarças de fogo onde queimarás para sempre! Ai de ti, Brasil, que não fizeste reforma alguma e que deixaste os corruptos usarem a democracia para destruí-la. Malditos os laranjas e as firmas sem porta.

Ai de ti, Miami, para onde fogem os ladrões que nadam em vossas piscinas em forma de vagina e corcoveiam em “jet skis”, gargalhando de impunidade. Malditas as bermudas cor-de-rosa, barrigas arrogantes e carrões que valem o preço de uma escola. Maldita a cabeleira do Renan, os olhos cobiçosos de Cunha, malditos vós que ostentais cabelos acaju, gravatas de bolinhas e jaquetões cobertos de teflon, onde nada cola. Por que rezais em vossos templos, fariseus de Brasília? Acaso eu não conheço a multidão de vossos pecados???

Ai de vós, celebridades cafajestes, que viveis como se estivésseis na Corte de Luís XIV, entre bolsas Chanel, gargantilhas de pérola, tapetes de zebra e elefantes de prata. Portais em vosso peito diamantes em que se coagularam as lágrimas de mil meninas miseráveis. Ai de vós, pois os miseráveis se desentocarão, e seus trapos vão brilhar mais que vossos Rolex de ouro. Ai de ti, cascata de camarões!
Tu não viste o sinal, Brasil. Estás perdido e cego no meio da iniquidade dos partidos que te assolam e que contemplas com medo e tolerância? Cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras, e deste risadas ébrias e vãs no seio do Planalto.

Ai de vós, intelectuais, porque tudo sabeis e nada denunciais, por medo ou vaidade. Ai de vós, acadêmicos que quereis manter a miséria “in vitro” para legitimar vossas teorias. Ai de vós, “bolivarianos” de galinheiro, que financiais países escrotos com juros baixos, mesmo sem grana para financiar reformas estruturais aqui dentro.

Ai de ti, Brasil, porque os que se diziam a favor da moralidade desmancham hoje as tuas instituições, diante de nossos olhos impotentes. Ai de ti, que toleraste uma velha esquerda travestida de moderna. Malditos sejais, radicais de cervejaria, de enfermaria e de estrebaria – os bêbados, os loucos e os burros –, que vos queixais do país e tomais vossos chopinhos com “boa consciência”. Ai de vós, “amantes do povo” – malditos os que usam esse falso “amor” para justificar suas apropriações indébitas e seus desfalques “revolucionários”.

Ai de vós, que dizeis que nada vistes e nada sabeis, com os crimes explodindo em vossas caras.
Ai de ti, que ignoraste meus sinais de perigo e só agora descobriste que há cartéis de empresas que predam o dinheiro público, com a conivência do próprio poder. Malditas sejam as empresas-fantasma em terrenos baldios, que fazem viadutos no ar, pontes para o nada, esgotos a céu aberto e rapinam os mínimos picuás dos miseráveis.

Malditos os fundos de pensão intocáveis e intocados, com bilhões perdidos na Bolsa, de propósito, para ocultar seus esbulhos e defraudações. Malditos também empresários das sombras. Malditos também os que acham que, quanto pior, melhor.

A grande punição está a caminho. Ai de ti, Brasil, pois acreditaste no narcisismo deslumbrado de um demagogo que renegou tudo que falava antes, que destruiu a herança bendita que recebeu e que se esconde nas crises, para voltar um dia como “pai da pátria”. Maldito esse homem nefasto, que te fez andar de marcha à ré.

Ai de ti Brasil, porque sempre te achaste à beira do abismo ou que tua vaca fora para o brejo. Esse pessimismo endêmico é uma armadilha em que caíste e que te paralisa, como disse alguém: és um país “com anestesia, mas sem cirurgia”.

Ai de vós, advogados do diabo que conseguis liminares em chicanas que liberam criminosos ricos e apodrecem pobres pretos na boca do boi de nossas prisões. Maldita seja a crapulosa legislação que vos protege há quatro séculos. Malditos os compradiços juízes, repulsivos desembargadores, vendilhões de sentenças para proteger sórdidos interesses políticos. Malditos sejam os que levam dólares nas meias e nas cuecas e mais ainda aqueles que levam os dólares para as Bahamas. Ai de vós! A ira de Deus não vai tardar...

Sei que não adianta vos amaldiçoar, pois nunca mudareis a não ser pela morte, guerra ou catástrofe social que pode estar mais perto do que pensais. Mas, mesmo assim, vos amaldiçoo.
Ai de ti, Brasil! Já vejo as torres brancas de Brasília apontando sobre o mar de lama que inundará o Cerrado. Já vejo São Paulo invadida pelas periferias, que cobrarão pedágio sobre vossas Mercedes. Escondidos atrás de cercas elétricas ou fugindo para Paris, vereis então o que fizestes com o país, com vossa persistente falta de vergonha. Malditos sejais, ó mentirosos, vigaristas, intrujões, tartufos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas sequem e que água alguma vos dessedente.

Ai de ti, Brasil, o dia final se aproxima.
Se vossos canalhas prevalecerem, virá a hidra de sete cabeças e dez chifres em cada cabeça e voltará o dragão da Inflação. E a prostituta do Atraso virá montada nele, segurando uma taça cheia de abominações. E ela estará bêbada com o sangue dos pobres, e em sua testa estará escrito: “Mãe de todas as meretrizes e mãe de todos os ladrões que paralisam nosso país”. Ai de ti, Brasil! Canta tua última canção na boquinha da garrafa.
ARNALDO JABOR

sábado, 24 de fevereiro de 2018

TEORIA DA FELICIDADE



    Hoje, trago para os amigos crônica de meu colega, Darly Viganó, procurador de justiça aposentado do Ministério Público de São Paulo. Trata-se de um homem de grande valor. Seus escritos, publicados pela Associação Paulista do Ministério Público (APMP), revelam notável personalidade, erudição e incomparável senso de humor. Sou seu fã e admirador, embora não o conheça pessoalmente. Por essa razão, peço-lhe vênia e honra de publicar em meu "blogger" tão agradável e rica matéria:
 “Uma vida tranquila e modesta traz mais alegria do que uma busca de sucesso ligada ao constante descontentamento” .
"O texto é de Albert Einstein e foi escrito de próprio punho por ele em nota agora levada a leilão, em Tóquio, onde alcançou a significativa importância de um milhão e quinhentos e sessenta mil dólares. O que causa espanto nesse fato – os leiloeiros previam arrecadação no máximo de oito mil dólares – é que, muito mais importante do que o valor financeiro alcançado pelo papel escrito pelo notável físico e pensador, é o valor intrínseco de sua teoria da existência feliz, retratada na aludida nota, ainda mais no contexto destes tempos de ritmos alucinadamente velozes. Não que se deva desprezar o valor histórico do documento, cuja preservação constitui forma adequada de se homenagear aquele que foi, sem sombra de dúvida, uma das mais notáveis personalidades do século passado.



O engano parece estar na maior importância conferida, como se pode deduzir pelo elevado preço alcançado no leilão, ao instrumento do que à mensagem em si, em evidente inversão de valores. Com efeito, será que o abonado arrematador do referido papel, cujo diletantismo parece ser o acúmulo de bens, é realmente feliz? O medo, razoável nestes tempos ora vividos, de que alguém lhe surrupie os bens ou de que eventual incêndio reduza tudo a cinzas, não lhe seria, como disse o célebre autor da nota, fator de “constante descontentamento”?



 De fato, aqueles que, por exemplo, possuem muitos imóveis alugados, estão sempre às voltas com problemas como vazamentos nos prédios, reformas urgentes – que tudo envelhece, pois a ação do tempo é implacável –, inquilinos inadimplentes, necessidade de se recorrer à Justiça e muito mais, se não vivem em completa intranquilidade, pelo menos têm o sossego bastante comprometido. Daí Einstein falar, no texto em exame, em “vida tranquila e modesta”, vale dizer, em que não se precisa de muito para ser feliz.



É justa e compreensível, reconheço, a aspiração de se ter moradia confortável, com todos os “recheios” úteis destes tempos modernos, refrigerador, “freezer”, máquinas de lavar e secar, carro em boas condições de tráfego, ainda que todos esses bens também tenham um custo. Mas, estou convicto de que não são eles nem o único e muito menos o principal vetor da felicidade temporal buscada por todos. Basta lembrar dos índios, principalmente daqueles ainda isolados nas vastidões amazônicas, que vivem em contacto íntimo com a natureza, sem roupas, sem casas de alvenaria, sem nenhuma das bugigangas modernas e no entanto... felizes!



Esse é um tema que me preocupa bastante, tanto que cheguei a discutir com a esposa se não conviria que vendêssemos tudo e fôssemos morar no interior da mata atlântica, plantando nossa horta e nossos frutos, longe do bulício estressante da vida moderna. A casa seria de madeira, bem confortável, mas com fogão à lenha, ao lado de riacho em que pudéssemos pescar alguns peixes. E cujo marulho fosse a permanente música invadindo tudo. Por outro lado, o despertador seria o canto matinal do galo de pequeno galinheiro ao lado da cabana. Enfim, vida tranquila e modesta, como recomendou Einstein.



“A manicure poderia ir até lá para me fazer as unhas?”, perguntou-me ela. Só me atrevi a responder com tímido balançar de cabeça. “É tudo muito romântico, mas não vou e nem deixo você ir sem mim”. Tive que obedecer e desistir da ideia. Há muito tempo aprendi verdade essencial à felicidade dos homens: não convém nunca discutir com as mulheres..." Darly Viganó darly.vigano@gmail.com