Você já deve ter ouvido a famosa frase: “Ter tempo é questão de preferência”.
A vida do ser humano costuma ser agitada. Mas é a pura verdade que, desde o momento em que acordamos até o adormecer, vamos consumindo o tempo ao sabor das nossas preferências. Nossa agenda normalmente está cheia de compromissos. Mas, para as coisas que gostamos de fazer, sempre temos disponibilidade. Damos um jeito. Daí a razão pela qual o pensamento ora analisado é super verdadeiro: “Ter tempo é questão de preferência”.
O dia tem 24 horas e o período de repouso necessário é apenas de 6 a 8 horas. A jornada de trabalho, em regra, é fixada em 08 horas diárias. Sobram ainda de 8 a 10 horas. Isto significa que uma boa programação acomoda diversas atividades e ainda dá ensejo a reservarmos, pelo menos uma ou mais horas, para o lazer.
A etapa mais difícil da vida para o cumprimento de tarefas é a adolescência, onde nosso desejo de diversões é intenso. Não é nada fácil, naquela idade, enfrentarmos o período de frequência às aulas nas escolas e ainda reservarmos tempo para os deveres diários e estudos para os exames. Toda essa programação exige muita força de vontade. Fixar um horário para as atividades do dia a dia e cumpri-lo, com fidelidade, sentando à frente dos livros, requer uma decisão firme, orientada pelo ideal a ser atingido. A tentação do ser humano de deixar para começar, amanhã, o que poderia ser iniciado hoje, é uma constante que só os fortes conseguem vencer.
O estudante não vê a hora de terminar o curso superior e chega até a pensar que a formatura resolve todos os seus problemas. Ledo engano. Com o diploma nas mãos, devidamente registrado pelo órgão competente, aí começa uma nova batalha na profissão escolhida. Muitas dificuldades surgem na competição natural do dia a dia, exigindo um aperfeiçoamento constante em novos cursos, para adquirir os conhecimentos específicos da área profissional almejada.
No campo do Direito, que foi a carreira que abracei, os primeiros passos na militância funcional exigem prévio aprendizado prático forense, através de estágio em escritório de advocacia. Depois, para aqueles que desejam ingressar em alguma das carreiras, dentre as muitas opções que se abrem aos bacharéis em Direito, a decisão de se preparar para um concurso, onde muitos candidatos disputam poucas vagas, exige determinação incomum. É preciso estudar muito, buscando o aperfeiçoamento, para ser o melhor e fazer, assim, a diferença. É de suma importância enriquecer o vocabulário e se preocupar com a fluência e correção do português, porque entre duas provas com respostas exatas, o examinador fará sua opção pela que apresenta linguagem mais adequada e convincente.
Fui professor durante 16 anos e fiz vários concursos de ingresso para o Ministério Público. Conheci e vivenciei de perto o problema e, por isso, sempre procurei orientar os meus filhos e alunos sobre a necessidade de organizar a sua agenda e estudar muito, se é que querem, de fato, conseguir abraçar as carreiras que almejam exercer algum dia. Tudo que se alcança na vida pressupõe grande esforço, muitas renúncias, especial força de vontade e fé, confiando nas graças de Deus.
Lembro-me de um pensamento que me foi transmitido por meu estimado cunhado, colega e compadre Wilson Jóia. O seu exemplo de luta obstinada para ingressar nas fileiras do Ministério Público de São Paulo ficou gravado, indelevelmente, em meu espírito quando me dizia:
“Se muitos lá chegaram, também posso um dia conseguir chegar também, realizando o meu sonho”.
Esse pensamento otimista deve iluminar a vida de todos quantos desejam vencer qualquer obstáculo, por mais difícil que possa parecer. Mas, evidentemente, “é preciso se programar para a vitória desejada”. Ninguém poderá dizer: não consegui atingir o meu ideal, por falta de tempo. Estará enganando a si próprio e ainda não vai convencer a ninguém. Se “ter tempo é questão de preferência”, na verdade apenas terá feito a sua opção preferencial de vida.
“Diga-me onde gasta suas horas e dir-lhe-ei do que realmente gosta e o que quer realizar em sua vida”.
Borda da Mata, 08 de dezembro de 2011.
Gustavo Dantas de Melo
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